sexta-feira, 29 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

Haicais de Frente e Verso


I.

Sombra de pássaro
De frente acende  
A luz do verso      



II.

É de sal e estrela
Do mar a onda           
Que lambe o olhar



III.

O oásis se aproxima
Longe se vê
Que a sede é sina



IV.

Língua de fogo:
Todos os dragões
Rimam com sopro



V.

Linha cara leva jeito
Pra dar nó
No pobre poema do peito   



VI.

Tu colhes gargalhada       
Eu, cultivo riso        
Ai de nós plantar juízo!    


(Cris de Souza)   
VII.

Nó cego se avista
Esperto desaperto
Nós em desassossego




VIII.

De frente e verso
Tridimensional
Universo




IX.

Versos acesos,
Dragões sorrindo ilesos,
Derretem o juízo


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Quinteto da pá virada ou cinco poemas revirados


Campo de concentração


medito entre
os percevejos:
papel em branco
me dá nos nervos   


Desconduta


feito uma
locomotiva
a louca-emotiva
parte pra cima
do trevo


Dentes de leão


como podemos
nos iludir calmamente
com a realidade  
mostrando seus dentes?


Bastidores 


a cena do encontro
não tem hora,
nem roteiro

- quem vai
se perder primeiro?


Campanha


necessita
transfusão
de calor
todo sangue
o positivo
de amor


(Cris de Souza)

domingo, 10 de julho de 2011

Três poemas pra lá de curiosos


Distração


quem és tu, que sobes 
as tranças de amores
   a  fazeres me sentir menina
no verso a ponto
de perder na torre a língua?

Rastilho


ah, bandido!
tens como 
o gatilho os olhos
longe me rendes  
sem piscar

- a queima roupa 
me reconhecerás?

Em polvorosa


dar-te-á o teu coração
como quem estende
a pólvora dentro 
da explosão?


(Cris de Souza)

domingo, 3 de julho de 2011

Quarteto sem pé nem cabeça ou quatro poemas desmiolados



S.O.S(I)

não há mercúrio
que agüente
a  febre 
do planeta-ventre


P.S(II)

nessa vida
nenhuma
     olheira
se sustenta
: máscara
não cai,
despenca




OBS(III)

toca o silêncio
que nos despertence
mas desafina
alguma coisa tão nossa

- será o choro ou a bossa?


ETC(IV)

se fechou no tempo
a rosa dos ventos
em desalinho

- arvorou o carretel
de espinhos

(Cris de Souza)